quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Há meses ele esperava por essa data: o dia que sua amada Mariana voltaria de seu intercâmbio de seis meses na Inglaterra. Nos três primeiros meses teclavam quase diariamente por horas e horas pela internet, mas nos últimos meses ela estava numa pequena cidadezinha do interior e quase não se falavam mais.

Estava tudo preparado para a volta do seu amor: Comprou o maior e mais belo buquê de flores, preparou um jantar só com seus pratos preferidos, chamou os amigos para festejar, preparou algumas surpresas. Como ela é fã de Wander Wildner, e adora a música “Eu tenho uma camiseta escrita eu te amo”, não teve dúvidas: Mandou fazer uma camiseta com a foto de Mariana e a frase título da música!

Pensou em muitas homenagens, como em contratar músicos para recepcioná-la no aeroporto, espalhar cartazes falando de seu amor pela cidade, entre outras, mas a melhor amiga de Mariana lhe advertiu que não exagerasse para não deixa-la constrangida. Ele concordou, meio a contragosto, mas concordou.

Chegava a hora do desembarque. Paulo não agüentava mais tanta espera, as horas pareciam não andar. Desde que Mariana viajou sua vida mudara radicalmente. Andava triste, cabisbaixo, chorava quase que diariamente de saudades de sua amada. Ele sempre fora muito dependente de Mariana, amava-a excessivamente, baseava sua vida em torno da sua namorada, mas não esperava sofrer tanto na sua ausência. Não tinha ânimo para mais nada, reduzira sua vida a esperar a volta de seu amor.

Finalmente o avião de Mariana pousa no aeroporto. Mais alguns momentos de expectativa, e ela estaria novamente em seus braços. Há seis meses esperava o momento de reencontrá-la! A garota, então, aparece na área de desmbarque. Paulo corre ao seu encontro, junto aos pais dela. Ele espera enquanto Mariana abraça sues pais, chora um pouco ao lado deles. Enfim ela olha para Paulo, que emocionado mostra a camiseta que mandara fazer em homenagem a ela, que dá um sorriso meio amarelado. Ele vai para beijá-la, mas ela lhe oferece o rosto e o abraça. Diz a ele que está um pouco cansada, e que mais tarde quer ter uma conversa com ele.

Paulo, então, percebe que ela está diferente. Que tudo está diferente, que tudo será diferente. Percebe que aquele abraço não era igual aos outros, não era mais um abraço de amantes, mas sim de amigos. Não havia mais calor naquele abraço, apenas frieza e melancolia. Percebe que aquela não era mais a sua Mariana que foi para a Inglaterra, mas uma nova Mariana, mais vivida, mais experiente, com novos conceitos, novos valores, novas ambições e novos modos de ver a vida. Percebe que ele não é mais parte da vida dela. Percebe que sua espera fora em vão.

Seu coração estava partido, rasgado, estraçalhado. Mas o tempo passa, o tempo cura tudo. Paulo sofreu, chorou muito. Mas a vida continua, e ele terá que encontrar um novo amor.

4 comentários:

Anônimo disse...

A fila anda!!!!Daqui uns dias nem se lembrará mais dela.

Gustavo Martins disse...

Ok, Leandrão! Adoramos esta primeira leitura.

Comentários:

1) O que aconteceu com a camiseta do Wander Wildner?

2) Pior foi minha prima que já apareceu no aeroporto com um italiano; imagina a cara do pretenso namoradinho brasileiro dela no meio da turma no aeroporto...

Eu sei que vou te amar disse...

Leandro um post profundo...deixa o tempo curar as feridas da alma, para que ela renova e venha cheia de luz!
Um beijo doce e um carinho enorme

Nadezhda disse...

A difícil procura!

Gostei do texto! E do blog tbm.

Obrigada pela visita, e pretendo voltar mais vezes aqui ;)